© Frank Frazetta - Todos os direitos reservados

Estudo 4 - Night winds

"Night winds"
Esta pintura do mestre maior da arte fantástica, Frank Frazetta, é simplesmente uma orquestração primorosa da capacidade criativa de um artista em plena maturidade de seu ofício.
Night winds - Óleo sobre tela - 1978
Frank Frazetta
© Todos os direitos reservados

A primeira coisa que verdadeiramente me chama a atenção nesta obra-prima do mestre Frank Frazetta é a maneira com que ele trabalhou as áreas escuras na pintura.
Distingui três principais e cada uma com uma função diferente.
A do fundo " floresta negra" tem a função de recortar o cavalo e o guerreiro e criar um alto contraste entre plano de fundo e esses personagens, os trazendo para o primeiro plano.
A segunda área  atrás da mulher tem a função de "escondê-la".
A terceira área, a do pântano, tem a função junto com as outras duas de formar um "círculo" imaginário envolvendo toda a cena.


É muito comum o uso dos círculos ou elipses nas composições do Frank Frazetta.
Basicamente ele trabalhou com as duas maiores. Uma que envolve a cena do guerreiro, cavalo e plano de fundo, recortada claramente pela árvore retorcida e a segunda envolvendo a mulher e também feita pela torção dos galhos.
Parece que eles estão a envolvendo ou "a protegendo".
Magistralmente Frank Frazetta direciona o cabo do machado para a mulher.
A condução do olhar deve finalizar nela, tornando assim o guerreiro e seu cavalo meros coadjuvantes e não o foco principal desta obra.


A genialidade desse mestre da arte fantástica chega a um tal ponto, que mesmo fazendo a mulher ser o foco principal de interesse da pintura, consegue fundi-la com as árvores, transformando o tom de sua pele, em um quase marrom e eliminando quase que por completo a luz sobre seu corpo, colocando assim, toda a parte inferior da pintura em monocromatismo assustador. Dessa maneira a mulher passa a se integrar e se fundir aos troncos e assim, no momento em que o observador conduz o olhar sobre a obra, tenta procurá-la inconscientemente. Uma brincadeira ainda que distante de "Onde está o Wally".  


Notem que esta pintura é toda realizada em tons quentes, ora para os laranjas e ora para os terrosos.
Até os brancos são quentes e levemente amarelados.
Mas se percebemos bem, existe um fio condutor de cores frias que mais uma vez nos conduz o olhar diretamente à mulher. O primeiro criado pelas montanhas, seguido da lâmina do machado, das escamas da roupa e finalmente da luz azulada sobre o rosto da mulher.


Os círculos ou elipses dão a qualquer desenho ou pintura uma sensação de movimento e no caso desta pintura, dá uma sensação de tensão e de que algo vai acontecer. Essas linhas circulares menores estão escondidas por toda a arte e são elas que transmitem a real emoção da cena.





Nenhum comentário:

Postar um comentário